Ouvir a voz do produtor é uma das características do projeto Mais Milho. Durante a Live realizada nesta quinta-feira (29), o plantio do cereal para a safra 2022/23 foi discutido trazendo questões quanto aos desafios e estratégias na visão de quem produz. A live foi conduzida pelo jornalista Luiz Patroni e contou com a presença dos produtores Marcelo Lupatini de Lucas do Rio Verde (MT), Geraldo Antônio Delai de Água Boa (MT) e Maurício de Bortoli de Cruz Alta (RS).
O Rio Grande do Sul vem de uma safra muito prejudicado pela falta de chuvas. Bortoli explicou sobre o ânimo para esta nova safra: “Nós passamos por um inverno bastante seco, a cultura por aqui está bem desenvolvida, mas precisamos de chuva em várias regiões do estado. Com a primavera, nós temos esperança de retomar um pouco das chuvas e aquecimento da temperatura. Isso atrasa a cultura do milho”, explica.
Uma das estratégias utilizadas na propriedade, para controlar os diversos períodos de estiagem, é a utilização da irrigação por pivôs.
Já na região de Lucas do Rio Verde (MT), Lupatini contou que sofre pouco com o clima, comparado com o Rio Grande do Sul. Ele afirma ainda, que a maior preocupação é fora da porteira.
“O produtor normalmente para se defender acaba travando o grão pelos insumos mas fica exposto porque as variações são muito altas. Se faz negócio pode dar errado e se não faz também pode”, afirma.
Em Água Boa (MT), um dos gargalos é a falta de espaço para guardar os grãos. Para o ano que vem, além dos custos de produção estarem maiores que no ano anterior,
“Por conta das novas tecnologias e apesar da grande abertura na área de pastagem, a produtividade tem aumentado em 10%. Isso piora a situação dos armazéns. Na soja e no milho, ano que vem, isso será preocupante”, explica Delai.
O produtor Lupatini, explicou que os juros de financiamento sobre os armazéns, gira em torno de 12% ao ano. “Fazer um investimento em uma propriedade a longo prazo com esse valor é inviável aos produtores”, explica.
Expectativas e esperança é o que se espera da safra de milho 2022/23. Com isso, do ponto de vista financeiro para o produtor do Rio Grande do Sul, Bortoli, a cultura do milho é uma ótima fonte de receita mesmo demandando um risco climático.
Na região mais leste do estado de Mato Grosso, segundo o produtor Delai, a integração pecuária lavoura tem gerado resultados. “A quantidade de gado aqui continua a mesma, não tem diminuido”, finaliza.
Em Lucas do Rio Verde (MT), as usinas de etanol trazem nova realidade e sustentação de empregos. Lupatini comentou que as agroindústrias têm gerado empregos. “O milho para o produtor rural, compete, hoje especificamente, com a soja. Se o produtor conseguir aplicar a tecnologia e fazer um manejo bom, o rendimento e o lucro por hectare é equiparado à primeira safra”, conclui.